domingo, 5 de outubro de 2008

Mesa, geladeira, câmera fotográfica, televisão, carro.

E desse mundo do qual nada levarei,
pareço tudo querer ter.
Mas não quero - e quero.
O mundo me quer,
as coisas me querem.
Querem meu salário,
querem meu trabalho.
Querem meu desejo,
querem meu delírio.
Querem meu querer,
querem poder ter.

Nada basta,
Tudo é irrisório.
No vazio impreenchível
da angústia
da espera interminável.
Fim do mês.
Fim do ano.
Fim do ciclo.
Fim da vida.

Fim da espera,
quando vem?
Quanto custa?
Em quantas vezes?
E tem garantia?
Que garanta a tranquilidade
a felicidade,
o sorriso?

...

E com meus desejos,
o que faço?
São vendáveis?
Vendavais?

Vendo minha alma
Por um desejo apenas, pulsa
Ela só quer paz,
Ela só quer serenidade

...

Posso sentar e esperar
ou pra ficar
eu preciso consumir?