Nos últimos dias, devido à mudança repentina, embora esperada, da minha rotina que por sua vez é o prelúdio de uma vindoura mudança ainda maior, e ainda mais esperada, tenho pensado muito sobre o blog. O fato de o último post não ter rendido comentário algum, muito embora eu o tenha pensado como uma bela sacada, a la Romário, associado ao fato de eu não ter controle algum sobre a frequência das visitas, me dão a impressão de que este blog, como todos os meus outros lances geniais, está morrendo antes de nascer. Se fosse o caso só lamentaria a triste perda para a humanidade.
No entanto, ao invés de fechar as portas, botar as cadeiras viradas viradas sobre as mesas, desligar a música e esperar sentado e com sono que os últimos clientes – bêbados demais para se sentirem constrangidos – saiam do recinto, tenho pensado em transformar esse espaço num empreendimento mais rentável, do ponto de vista da minha satisfação com sua manutenção. Trocar o piso, lavar as cortinas, sujar os móveis e, é claro, derrubar algumas paredes, deixando o ambiente mais agradável e a comunicação com o mundo de fora mais intensa.
Não vou negar, o que me fez ter essas idéias foi uma passeada pela assim chamada “blogosfera”, termo que me causa arrépios – assim, com o acento no e. Pra começar, entre os 20 blogs melhor ranqueados no Brasil, algo como 15 – ok, posititivas, eu não contei, estou chutando – versam sobre tecnologia, internet, mundo geek, cibernáutica e congêneres. Calma! Não vou começar a postar sobre as novidades do mercado de microprocessadores ou sobre as últimas aquisições do Google. Na verdade, é exatamente o contrário. Nada contra, mas no nosso canto mudam-se as cores das paredes, o estofado das cadeiras e (até mesmo, vejam só) a marca da cerveja, mas na música ninguém toca, se me permitem a infame piadinha.
Sim, sim, sim. Continuaremos fazendo por aqui o caminho rock - indie rock - indie pop – pop. Evidentemente mais na inspiração do que nos temas, pois, é claro, enquanto a música toca, não precisamos conversar apenas sobre ela. E a proposta é exatamente essa: conversar. Chega de monólogo. Nada de pedestais, torres de marfim ou, mais adequadamente, nada de bolhas. Minha idéia é básica e primordial: angariar interlocutores. Pessoas que falam, balbuciam, gesticulam ou mesmo que esperneiem batendo as mãos contra a mesa, os pés contra o chão.
É assim. As idéias de mudanças aqui descritas acompanham as mudanças das minhas idéias. Deixamos a revolução, entramos na hibridação, na mistura, na, algo aparente, (con)fusão. E percebam só as permanências: contino com essa maldita linguagem vaga, que apenas prediz. Muitos sabem, pra mim a escrita não deve ser conclusiva e “mensagista” e sim aberta e vetorial. De qualquer forma, essa pequena invernada me fez perceber que a qualidade textual não é nem está perto de ser o primeiro requisito para o sucesso de um blog, muito embora alguns proponham para si tal virtude e outros, poucos, realmente a tenham. Porém, a idéia de que “não importa o chop, o que importa é que aqui ele é servido nas melhores canecas” também não me agrada, tampouco a idéia de ser visto para ser lembrado. Desafios.
No frigir dos ovos, não estou criticando meus leitores, que com seu eventual sepulcral silêncio me dão a sensação de conforto. Ando pelado pelo blog. As mudanças que virão, ainda não as revelo. Talvez por não as ter já prontas, talvez por ainda não estar decidido a fazê-las. Afinal, como tem sido desde o ínicio, nada acontecerá se este post for mais um exercício público de linguagem, organização de idéias ou diletantismo puro, não é verdade? No entanto, a esse respeito não posso fazer muito mais que torcer.
Conversa interna com a sacerdotisa
Há 4 anos
Estou cá torcendo por um final feliz. =)
ResponderExcluirOra, sem problemas.
ResponderExcluirigordebiasi@hotmail.com
E, afinal, qual é o seu mesmo?
Gelinho? "Estranhamento" seria a palavra. Viu como é o lance dos três comentários? Auhauahuahu. Até.
ResponderExcluirE como seria a sensação de quatro comentários? Hein, hein, hein?
ResponderExcluir"Estou cá torcendo por um final feliz. =)"
ResponderExcluirDiferente do seu amigo, fico cá torcendo, não por um final, mas sim por um começo, uma nova página a ser escrita.
E que venham as conversas de botequim, ou melhor... "bloguequim". Volto cá para papear.
Homem de Deus, onde estão seus textos? Sei que é ridículo cobrar isso, mas tem gente aqui nas Highlands que está aflita. Dê, pois, um sinal de vida. =)
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