terça-feira, 17 de julho de 2007

Ai, a televisão - 1º bloco

Quem já teve o desprazer de assistir à transmissão de alguma partida de futebol – e quem nunca o teve? - sabe como essa experiência pode ser extremamente desconfortável. Um jogo de futebol é uma coisa exageradamente simples. Para alguém que conheça as regras básicas do esporte, qualquer partida é auto-explicativa. Jamais vai acontecer de, no meio do jogo, os times misturarem os jogadores, de colocarem uma “bola-extra” ou de o juiz parar a partida para ir tomar uma cervejinha e comer um risóles de carne no boteco da esquina. Ademais, se acontecer, todos sabem que é excepcional, irregular, não vale. Igualmente, saber o nome do jogador com a bola em nada interfere na compreensão do lance, também pouco importa saber que o goleiro de tal time é o “mais vazado” do campeonato ou se a mãe de outro jogador se chama Dália, tem 59 anos, é dona de uma pastelaria na baixada fluminense e que só assiste aos jogos do filho com uma imagem de são jorge na bolsa (a mesma há 20 anos). O que quero dizer é que ninguém precisa de ajuda pra assistir a um jogo de futebol. Narrá-lo e ainda comentá-lo é um exercício de multiplicação dos pães informativo. É espremer o que a realidade tem de mais óbvia, fazê-la render. Que diabos, alguém precisa que uma pessoa – geralmente bastante desagradável – diga que “fulano chutou a bola” quando seus próprios olhos tiveram a dadivosa chance de fazer essa mesma observação?! É preciso que alguém diga, grite, grite loucamente “gol” quando isso é evidente? O que eles estão querendo? Atingir algum nível profundo da realidade encoberto sobre esse nível enganador da aparência? Acabar com o fetichismo do jogo de futebol? Longe disso. Independente de todas as interpretações mais ou menos conspiratórias, que julgo válidas, acredito que “ao nível de sua apresentação” esse tipo de transmissão é o aprofundamento do banal, o ridículo de óbvio meticulosamente exposto. Evidentemente, poderíamos ir além, afinal, o show de horrores continua quando, ao fim do jogo, os jornalistas correm para o gramado para que os jogadores façam aqueles perspicazes comentários como “nosso time teve a felicidade de marcar um gol no primeiro tempo mas no fim do jogo tivemos a infelicidade de tomar um gol e saimos com um empate que não é tão bom como uma vitória”. Aqueles que concatenam três frases sem erros graves de gramática viram comentaristas após se aposentarem. Enfim...

7 comentários:

  1. Morte ao CasaGrande!!!

    Morte ao Arnaldo!!!

    Viva Silvio Luiz!!!

    Viva la revolucion!!!

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  2. Morte ao Galvão Bueno!(único que eu sei o nome) Será que é só por isso que assistir jogos de futebol pela tv é tãooo insuportável?

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  3. Realmente, esses comentaristas e locutores de TV são horríveis. Até atrapalham em certos lances. Querem ficar falando...falando e a jogada mesmo que é o interessante nada.

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  4. "alguém precisa que uma pessoa – geralmente bastante desagradável – diga que “fulano chutou a bola” quando seus próprios olhos tiveram a dadivosa chance de fazer essa mesma observação?!"

    Na verdade, não,ne. Mas Galvão e Cia precisam de um emprego.

    hehe

    palmas para o seu post, viu. gostei muito.

    abraço!
    aguardo tua visita!

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  5. ah derepente tem narrados porque pessoas cegas querem saber do jogo e o jogo não esta passando no radio, deve ter alguma explicação p isso ahauhauhauha

    bjus
    se cuida

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  6. Coisas que sempre pensei...
    Mas que não consigo escrever como tu...

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  7. Cara...
    É por isso que, quando digo que escuto futebol no rádio, mesmo que a partida esteja sendo transmitida pela TV, as pessoas me olham com cara de ícone.

    Se bem que nos útimos tempos radicalizei: escuto pelo rádio as corridas de F1 também.
    Tenho alergia crônica ao Galvão Bueno

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