Quem já teve o desprazer de assistir à transmissão de alguma partida de futebol – e quem nunca o teve? - sabe como essa experiência pode ser extremamente desconfortável. Um jogo de futebol é uma coisa exageradamente simples. Para alguém que conheça as regras básicas do esporte, qualquer partida é auto-explicativa. Jamais vai acontecer de, no meio do jogo, os times misturarem os jogadores, de colocarem uma “bola-extra” ou de o juiz parar a partida para ir tomar uma cervejinha e comer um risóles de carne no boteco da esquina. Ademais, se acontecer, todos sabem que é excepcional, irregular, não vale. Igualmente, saber o nome do jogador com a bola em nada interfere na compreensão do lance, também pouco importa saber que o goleiro de tal time é o “mais vazado” do campeonato ou se a mãe de outro jogador se chama Dália, tem 59 anos, é dona de uma pastelaria na baixada fluminense e que só assiste aos jogos do filho com uma imagem de são jorge na bolsa (a mesma há 20 anos). O que quero dizer é que ninguém precisa de ajuda pra assistir a um jogo de futebol. Narrá-lo e ainda comentá-lo é um exercício de multiplicação dos pães informativo. É espremer o que a realidade tem de mais óbvia, fazê-la render. Que diabos, alguém precisa que uma pessoa – geralmente bastante desagradável – diga que “fulano chutou a bola” quando seus próprios olhos tiveram a dadivosa chance de fazer essa mesma observação?! É preciso que alguém diga, grite, grite loucamente “gol” quando isso é evidente? O que eles estão querendo? Atingir algum nível profundo da realidade encoberto sobre esse nível enganador da aparência? Acabar com o fetichismo do jogo de futebol? Longe disso. Independente de todas as interpretações mais ou menos conspiratórias, que julgo válidas, acredito que “ao nível de sua apresentação” esse tipo de transmissão é o aprofundamento do banal, o ridículo de óbvio meticulosamente exposto. Evidentemente, poderíamos ir além, afinal, o show de horrores continua quando, ao fim do jogo, os jornalistas correm para o gramado para que os jogadores façam aqueles perspicazes comentários como “nosso time teve a felicidade de marcar um gol no primeiro tempo mas no fim do jogo tivemos a infelicidade de tomar um gol e saimos com um empate que não é tão bom como uma vitória”. Aqueles que concatenam três frases sem erros graves de gramática viram comentaristas após se aposentarem. Enfim...
Morte ao CasaGrande!!!
ResponderExcluirMorte ao Arnaldo!!!
Viva Silvio Luiz!!!
Viva la revolucion!!!
Morte ao Galvão Bueno!(único que eu sei o nome) Será que é só por isso que assistir jogos de futebol pela tv é tãooo insuportável?
ResponderExcluirRealmente, esses comentaristas e locutores de TV são horríveis. Até atrapalham em certos lances. Querem ficar falando...falando e a jogada mesmo que é o interessante nada.
ResponderExcluir"alguém precisa que uma pessoa – geralmente bastante desagradável – diga que “fulano chutou a bola” quando seus próprios olhos tiveram a dadivosa chance de fazer essa mesma observação?!"
ResponderExcluirNa verdade, não,ne. Mas Galvão e Cia precisam de um emprego.
hehe
palmas para o seu post, viu. gostei muito.
abraço!
aguardo tua visita!
ah derepente tem narrados porque pessoas cegas querem saber do jogo e o jogo não esta passando no radio, deve ter alguma explicação p isso ahauhauhauha
ResponderExcluirbjus
se cuida
Coisas que sempre pensei...
ResponderExcluirMas que não consigo escrever como tu...
Cara...
ResponderExcluirÉ por isso que, quando digo que escuto futebol no rádio, mesmo que a partida esteja sendo transmitida pela TV, as pessoas me olham com cara de ícone.
Se bem que nos útimos tempos radicalizei: escuto pelo rádio as corridas de F1 também.
Tenho alergia crônica ao Galvão Bueno